A SOBEP convoca enfermeiros pediatras e neonatologistas para agirem a favor da vacinação infantil. #vacinaprotege
Diante da recente notícia divulgada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde a respeito da diminuição da cobertura vacinal no Brasil, e do ressurgimento de casos confirmados de sarampo, doença prevenível por imunização e que estava erradicada no país há 25 anos, a Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras – SOBEP reafirma seu compromisso em realizar ações de proteção à saude das crianças e dá início à campanha denominada #vacinaprotege, com o objetivo de envolver o enfermeiro como agente de educação em saúde para informar a população sobre a importância da vacinação.
Considerando que:
- A vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais bem-sucedidas e econômicas do mundo. Sua ação para a proteção contra doenças imunopreveníveis é inquestionável, bem como seu impacto na redução da morbidade e mortalidade por tais causas, sobretudo na infância1;
- No Brasil, a vacinação representa uma medida intrinsecamente vinculada à atenção primária, um cuidado preventivo de promoção e de proteção da saúde oferecido gratuitamente na porta de entrada do Sistema Único de Saúde2;
- Com o Programa Nacional de Imunização, política pública de credibilidade internacional, que tem como missão o controle, a erradicação e a eliminação de doenças imunopreveníveis, o país alcançou consideráveis avanços ao consolidar a estratégia de vacinação nacional3;
- Apesar de todos os êxitos, a Organização Mundial da Saúde estima que em todo o mundo mais de 19 mihões de crianças não sejam vacinadas ou estejam comvacinas em atraso, expondo-as a sério risco para aquisição de doenças potencialmente fatais, como poliomielite, sarampo, coqueluche e caxumba1;
- Em nível nacional, dados do Ministério da Saúde indicam preocupante redução da cobertura vacinal, de forma que pela primeira vez em 16 anos, todas as vacinas indicadas para menores de um ano ficaram abaixo da meta estabelecida, caracterizando os menores níveis registrados4;
- As justificativas para a não adesão são relacionadas a dúvidas referentes ao calendário vacinal, à segurança do procedimento, à falta de conhecimento sobre a importância da imunização, e ao medo de complicações e efeitos colaterais5;
- Na atenção primária, o enfermeiro é o profissional reponsável pela supervisão, orientação e direção das atividades desenvolvidas na sala de vacinação e pelo processo de educação permanente da equipe, em postos da rede pública ou em clínica privada6;
- O enfermeiro tem como uma de suas funções ser educador, contribuindo para melhoria nas condições de saúde da população.
A SOBEP recomenda aos enfermeiros:
- investir esforços na avaliação da situação vacinal de todas as crianças/adolescentes sob seus cuidados, qualquer que seja o ambiente de prática (atenção primária, escolas, creches, clínicas, ambulatórios, unidades de internação, pronto socorro e terapia intensiva);
- oferecer informações claras, respeitando a capacidade de compreensão dos pais e/ou responsáveis, acerca da importância, segurança e benefícios da vacinação para a criança;
- destacar o compromisso de todos com a saúde pública, pais e/ou responsáveis, profissionais de saúde e comunidade em geral, mantendo atualizadas as vacinas das crianças/adolescentes, conforme preconizado pelo calendário vacinal do PNI/MS;
- orientar os pais sobre os locais de vacinação, assim como sobre as campanhas governamentais;
- promover ações educativas em creches e escolas a fim de conscientizar as crianças e os adolescentes sobre a importância, segurança e beneficios da vacinação;
- utilizar estratégias de comunicação adequadas a cada faxa etária (brinquedo terapêutico instrucional e/ou dramático, cartilhas, jogos, etc) a fim de ajudar a criança e o adolescente no enfrentamento da experiência.
A SOBEP convoca todos os enfermeiros para a campanha #vacinaprotege. Vamos disseminar o movimento pela promoção da vacinação infantil em todo o território nacional!
Referências
1- World Health Organization. WHO global health days. Campaign essentials for World Immunization Week 2018. Acesso em: 20 jun 2018. Disponível em: WHOhttp://www.who.int/campaigns/immunization-week/2018/campaign-essentials/en/
2- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 176 p.
3- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Imunizações (PNI): 40 anos / Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 236 p.
4- Cancian N. Vacinação de crianças no país atinge índice mais baixo em 16 anos. Folha de São Paulo, 19 jun 2018. Acesso em 20 jun 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/vacinacao-de-criancas-no-pais-atinge-indice-mais-baixo-em-16-anos.shtml
5- Abahussina AA, Albarrak AI. Vaccination adherence: Review and proposed model. Journal of Infection and Public Health. 2016; 9:781-89.
6- Conselho Regional de Enfermagem. Atuação dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem na sala de vacinação. Respaldo do profissional de Enfermagem na atividade de imunização: cumprimento do Calendário Nacional. Parecer COREN-SP 005/2015 – CT Processo nº 1201/2015. Acesso em 21 jun 2018. Disponível em: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/Parecer%20005%20Atividade%20sala%20vacina_0.pdf